sábado, abril 30, 2005

O mais fácil

No dia 30 de abril de 1945, suicidava-se Adolf Hitler.
Hitler. O homem franzino - com uma inteligência acima do normal, uma capacidade de liderança invejável (sejamos sinceros), tendo o cérebro superlotado de idéias malucas e ódios infundados, - que fez o que fez.
E o que fez? Mobilizou quase toda uma nação por um ideal só dele e incentivou essa mesma nação a se apropriar daquele ideal. Conseguiu persuadir milhões de pessoas a matarem outros milhões de pessoas (que, aliás, eu nunca sei o número certo. Seis milhões, dez milhões. De qualquer forma, são milhões, não alguns, e mesmo que fossem alguns, faria diferença).
Hitler. Esse homem lunático, cercado de ideais racistas e de um poder que conquistou bem na cara dos ditos heróis, ou melhor, que se autoproclamam heróis. Quando eu olho qualquer imagem dele, aquele bigode já lhe dando um ar de caricatura, me vêm a mente mil definições.
Assassino.
Louco.
Inconseqüente
Covarde. Sim, porque suicídio, pra mim, é covardia. É simplesmente desistir de lutar, talvez por entender que seus ideais são errôneos e assumir o fracasso.
Se matou. Ele e Getúlio Vargas, outro ditador. Mas que não é visto como um ditador, talvez por que não tenha liderado um Reich e sido considerado o algoz de milhões de pessoas, algumas centenas...
Eu admiro Getúlio Vargas e isso deve até soar estranho. Acho que era um grande político, mesmo dando e negando direitos em seqüência. Mesmo tendo se matado.
Na verdade, não tenho nada contra ditadores suicidas. Tenho mais contra pessoas preconceituosas. Mesmo aquelas que demonstram preconceitos em forma de brincadeiras que, não sei por que diabos, acham engraçadas. Pra mim, aquele argentino não é em nada melhor que aquele alemão. E não que eu odeie argentinos e alemães. E até acho que talvez tenha sido um pouco exagerado prender o argentino por um desentendimento de jogo. Não sei, e meus colegas que jogam futebol talvez possam me esclarecer, a quantas anda a adrenalina quando se está em campo.
Mas eu acho que os três casos, salvas as devidas proporções, se encontram.

Hitler, nazista, no fim foi um fracasso.
Vargas, ditador, saiu da vida e entrou pra história, frase memorável. Desistiu, mas deixou um legado.
E aquele argentino ficou uma noite inteira na prisão. Não desejo a ninguém. Talvez Hitler e Vargas temessem a repercussão, a prisão.
Desábato, ao menos, teve mais dignidade. Não se matou.

sexta-feira, abril 29, 2005

Até que enfim

Começou com um note (que é tipo um e-mail de comunicação interna da RBS) da minha chefe, que dizia mais ou menos assim:
"Quero falar contigo, assim que tiver um tempinho vem aqui na minha sala".
Fomos eu e outra colega, que tinha recebido o mesmo note.
Quando chegamos na sala dela, ela se levantou e foi nos levando pra uma sala de reuniões.
"Vou ser demitida, certo! Que será que eu fiz de errado?"
Então ela começou:
- Segunda-feira vamos ter mudanças...
"Vou ser demitida, ai meu Deus, tenho que procurar um estágio, mas onde?"
- Thais, segunda-feira tu começas no Fotovix.

Até que enfim, fui promovida. Ganhar mais, trabalhar mais... Mais responsabilidades. É, a vida adulta chegou de vez.

segunda-feira, abril 25, 2005

La Niña

Uma viagem que começou em Rio Grande, até porque eu sempre passo por lá.

Taim. Lindo. Cheio do verde que me faz tanta falta em POA.
Santa Vitória do Palmar.
Hermenegildo (segunda maior praia do mundo, deixemos claro!).
Forte de São Miguel.
Fortaleza de Santa Tereza.
La Paloma.
La Pedrera.
La Moza.

Pizza com Pilsen nos Los Leños (Chuy).
Alfajor Punta Ballena (vários).
Noites românticas com queijo e vinho.
Fotos lindas de um feriadão inesquecível.
A melhor companhia que poderia ousar imaginar.
E todo descanso que tava precisando...

segunda-feira, abril 18, 2005

A propósito




Que jogo emocionante.
Ninguém consegue se manter impassível frente a um jogo daqueles, até mesmo jornalistas renomados que "juram" não ter time...
Saudações coloradas a todos

domingo, abril 17, 2005

Busca

Manter a cabeça em ordem. Saúde mental, além da física.
Abrir o coração pra viver intensamente e errar o máximo possível.
Evoluir, crescer como ser humano e como profisional. Sem nunca esquecer que cargos superiores não fazem pessoas superiores.
Demonstrar sentimentos sem medo.
Não temer a morte e enfrentar a vida.
Dar conselhos bons e não esperar que sejam seguidos.
Acreditar na força de pequenas ações.
Prestar mais atenção na própria vida do que na vida alheia. Sempre.

sábado, abril 09, 2005

Sobre a morte do Papa

A primeira coisa em que pensei quando a CNN anunciou (erroneamente ou não!?) que o Papa tinha morrido, naquela tarde de sexta-feira (1º de abril), foi: "ainda bem que é de tarde e a Zero Hora ainda não rodou".
Tenho medo de estar me tornando mais capitalista do que jornalista.
Foi um momento histórico. Fiquei feliz de presenciar, pela primeira vez, como fica uma redação quando algo dessa grandiosidade acontece. Foi emocionante.
Enfim, perdoe-me e descanse em paz.

"Tudo bem"

Pensando sobre relacionamentos...
Uma frase: "TUDO BEM".
Fora do contexto não significa quase nada, mas eu tô me referindo a essa frase na voz de Jim Carrey no filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças".
Quando eu vi esse filme, estava passando por um período de incertezas. A idéia de que pode valer à pena, não importa o fim, me deixou confusa. Agora que a vida tá um pouco mais estável (um pouco, não totalmente, graças a Deus) eu parei pra pensar na frase novamente.

É inquietante perceber que o final é imprevisível, que o que sentimos agora pode, simplesmente, passar um dia desses. Ou pior, pode continuar pra gente e passar pro outro.
Na verdade, pra mim é amedrontante pensar que não importam as palavras, ou as juras, a mente do outro sempre vai ser um mistério. E a hora em que as coisas vão fazer sentido, ou vão deixar de fazer sentido, não está sob o meu controle.
E se daqui a algum tempo eu achar que nada valeu a pena, será que vai ser mais fácil? Nesse dia, espero ter maturidade suficiente para aceitar que se pudesse escolher entre passar por tudo de novo - ser feliz e infeliz, rir muito e chorar muito - ou ter uma vida medíocre, sem dor e sem emoção, escolheria VIVER.

Me lembro que vi no Fantástico, uma vez, um casal de mais de 70 anos, juntos há 50, que estava se divorciando. A repórter perguntou:
- Por quê?
- Porque agora chegou a hora -, disse a velhinha.

Será que a hora vai chegar na semana que vem, ou daqui a 50 anos?
Será que a hora vai chegar?
Será que todo conto da fadas acaba em "felizes para sempre" ou o ponto final vai, irremediavelmente, ser dolorido.
Enquanto isso, carpe diem.