segunda-feira, maio 23, 2005

Cansei

É, enjoei mesmo.
Também, é tempo demais com a mesma cara, não dá.
E nem tem tanto haver comigo mais.
Tá, eu sei que as pessoas já se acostumaram, mas que se acostumem de novo.
Nesse fim-de-semana eu e o Rafa vamos fazer um template novo pro meu blog.
Vai ser bem mais a minha cara.
Já tô decidindo os detalhes visuais, que o Rafa vai se preocupar com os detalhes técnicos.
Isso é divertido.

quinta-feira, maio 19, 2005

Baleada, violada e com defeito

Cheguei no trabalho um pouco adiantada, resolvi ler a Zero Hora. Queria saber mais um pouco sobre o acontecimento no Restinga. Duas mortes, aparentemente sem razão (página 43).
Todo dia eu pego o ônibus com pressa, sento em um banco qualquer e nem me passa a mente que aquela pessoa, ao meu lado, pode estar pensando em se matar, ou matar alguém, ou ambos. Só quero chegar ao meu destino rápido, até porque ônibus me deixam tonta, mas isso é outra história.
Alguém pensou nisso ontem. Alguém acordou atrasado e pegou a linha rápida, pra chegar o quanto antes. Entrou no ônibus e, depois de 50 minutos, tendo a Redenção como paisagem, presenciou a cena de um homem atirando três vezes contra uma mulher. Duas balas seriam suficientes, pois ela já tinha caído morta, mas ele atirou a terceira. Pra garantir a morte, talvez. O que dá mais frieza ao caso. Então mirou contra sua cabeça e puxou o gatilho. Acabou com todo o sofrimento. Se matou.
As pessoas pulavam das janelas, apavoradas, por que é esse o instinto do ser humano: fugir quando dá medo. O motorista parou como pôde e também saiu correndo. Um bando de pessoas fugiu, cada um provavelmente agradecendo o fato de a arma não ter sido apontada pra si. Quem pode culpá-los?
Acabou. Pra ele e pra ela. Mais pra ela, porque ele pôde decidir quando ia acabar. Não sei os motivos e nem me importa. Nenhum motivo vai me ser o bastante.

Outra página.
Uma criança de dez anos deu à luz (página 39). Isso mesmo. Dez anos. Eu tenho 21 e nem imagino quando poderei pensar em ter um filho. E uma criança de dez anos já tem. Fruto de um relacionamento de três com um homem bem mais velho. Eu só queria saber o que leva um homem de 20 anos a se relacionar com uma criança de sete. Eu queria entender como alguém pode sentir algum tipo de desejo ou vontade por uma criança. Pra mim isso é doença, tem que ser tratado.
Um homem que, há dez anos, devia gostar de brincar e correr, e talvez jogasse futebol. E que provavelmente odiava as meninas, porque todo menino tem aquela fase de odiar as meninas, até descobrir como elas podem ser interessantes. Mas ela se tornam interessantes aos 12 ou 13, pra meninos de 14 ou 15. Pra mim, 12 anos ainda é cedo, mas vá lá, as gurias amadurecem cedo hoje, mesmo. Esse
menino cresceu e virou homem, mas continuou a gostar de meninas.
Uma menina, que nos últimos três anos foi mulher, agora é mãe.
A menina com seu filho. Uma criança cuidando de outra criança.
Me perdõem o chavão. Esse tipo de coisa me deixa sem palavras mesmo.

Chega.
Vou ler sobre a granada defeituosa que jogaram no Bush (página 32).

domingo, maio 15, 2005

Segura com lapsos de insegurança ou insegura com lapsos de segurança?

* Peço perdão. antecipadamente, por essa fase em que me vem a mente, sempre, falar sobre amor. Não que seja uma coisa ruim. Acho que um domingo de noite, trabalhando, me faz sozinha o suficiente pra escrever isso...

Sempre me considerei uma pessoa segura. Na verdade, uma pessoa madura o suficiente pra se sentir segura.
Quando passei pra Direito na Furg – tão pertinho de casa, apenas quinze minutinhos no ônibus da Noiva do Mar – e passei pra Jornalismo na Ufrgs – tão mais longe –, nem hesitei. Era aquilo que eu queria. Mudei de ares e de vida. Fiz o que ninguém na minha família tinha feito: fui cursar a faculdade longe de casa. Uma criança cuidando de si.
Na minha primeira semana em Porto Alegre, muitas certezas se esvairam. Terminei um namoro de dois anos e oito meses. De súbito. Não era mais aquilo que eu queria pra mim, e a nova mulher só fazia o que queria.
E quis apostar em uma relação que já estava fadada ao fracasso. Mas tanto faz, eu apostei! E vivi a época de maior insegurança na minha vida. Bom, e fracassou.
Fui amadurecendo até me tornar o mais independente possível. A ponto de ficar um dia todo sozinha em casa e achar bom, a ponto de ir ao cinema sozinha sem nenhuma neura (e isso eu considero uma conquista pessoal). A ponto de me virar muito bem sozinha.
Sozinha. SOZINHA. Palavra que pesa.
Mas pra mim, por um tempo, não pesou. Foi nesse tempo que decidi abolir relacionamentos. Chega! Não quero mais saber de namoros e de sofrimentos. Afinal, que relacionamento não leva ao sofrimento? Daqui pra frente vou ser moderna, sem apegos sentimentais e sem planos que incluam casa na praia e filhos. Uma mulher moderna, pudera, em pleno século vinte e um.
Até que me apaixonei e as convicções... Ah, as convicções... Aliás, que convicções?
E voltei a ser uma mulher insegura. Ainda consigo ir no cinema sozinha, mas os motivos já perderam sua razão de ser... Por que ir sozinha se a companhia tá disponível, ali, e é a melhor?
Me lembro da primeira vez que li que as pessoas tendem a ficar juntas por um instinto de ter companhia, socializar. Fiquei triste. Fiquei pensando se toda vez que olhei pra alguém com uma vontade de tê-lo, tinha sido por causa de um bando de processos químicos na minha mente que me coibiam a isso. Como se eu não tivesse domínio sobre as minhas ações. Uma sensação de impotência perante o amor.
Ontem, pensando sobre isso numa tarde atípica, descobri que a gente não rala pra encontrar alguém, quando é legal, mas alguém, isso sim, rala pra nos achar. Pode ser que demore, quem sabe? Pode ser que não. E entendi porque sempre odiei joguinhos do tipo "não-vou-ligar-pra-ela-não-achar-que-estou-na-mão". Uma ligação pode ser a diferença naquele que eu quero ter pra mim.
A tendência à união existe. É mais forte. Mas nem por isso a gente perde a seletividade.
Conversando com uma amiga, escutei: "tá chegando o inverno e eu tô apertando sem namorado". Não é só o inverno que tá chegando, é o tempo que tá passando. O frio se juntando à solidão. E a solidão se aguçando tal qual aumenta o número de bocas que se tocam sem qualquer sentimento.
Posso até me sentir mais insegura. Mas sou mais feliz sem a superficialidade dos relacionamentos que acabam em uma noite. Que morrem na espera de uma ligação. A insegurança não me torna menos, apenas deixa mais evidente que existem pessoas na minha vida que fazem diferença. E que a vida sem elas seria menos empolgante. Fico insegura pela saúde dos meus pais, pelo sucesso das minhas irmãs, por mim, por ele.
Quem tem segurança o tempo inteiro, não ama.

quarta-feira, maio 11, 2005

Não há esperança

Talvez, se tivesse durado um pouco mais, as milhares e milhões de pessoas que previram isso ficassem de queixo caído. Talvez alguém, até, admitisse que errou.
Três meses, apenas, durou o casamento do Ronaldinho com a Cicarelli.
Acabou.
Incrível como "amor" acaba rápido...

domingo, maio 01, 2005

Vazia

Domingo de noite, depois que fecha o jornal, a redação fica estranhamente vazia.
A correria é tanta durante o dia que o silêncio chega a assustar.
Os telefones param de tocar daquela forma insistente que já me acostumei durante as tardes.
Agora mesmo, o editor-chefe já foi. As auxiliares já foram. Os diagramadores estão arrumando a suas coisas pra sair. Não tem mais ninguém no Segundo Caderno. Uma repórter no Esporte. Duas na Geral. Um na Política.
Sala da Arte e do Opinião devidamente trancafiadas.
E eu aqui. Não sei bem porque, mas parece que é pra esperar um imprevisto.
Por isso, quase me passa a mente preferir uma tragédia. Quase.
O tempo passa incômodo quando estou no trabalho sem trabalhar.
Ok, prefiro ficar sem trabalho.
Quem tá em casa quentinho e confortável, ou bebendo e dando boas risadas em algum lugar com cheiro de cigarro, fique bem.