terça-feira, novembro 29, 2005

Nariz de palhaço

Nunca achei que o futebol, um dia, pudesse me estressar. Futebol, pra mim, sempre foi sinônimo de diversão, descontração ou sentimentos do gênero. Mas isso mudou nesse Campeonato Brasileiro, quando passei a me interessar mais pelo esporte. Em algum raro momento de ócio, uma olhadinha no Terra pra ver as notícias esportivas. Ou uma folheada breve nas últimas páginas do jornal.

Futebol é bom mesmo, milhões de brasileiros não podiam estar completamente errados. (Ignore casos políticos).

Mas queria falar de outra coisa, não de minha descoberta atrasada. Queria deixar público meu descontentamento com a forma com que esse campeonato foi dirigido. E a direção rumo a um certo time paulista é clara. Pior do que esse rumo desonesto, é ver como lidamos mal com o poder. Sim, nós mesmos, os seres humanos. Os que, até provem o contrário, pensam.
Explico: um árbitro - um ser humano, uma pessoa de carne e osso, um qualquer - é capaz de, com uma decisão, mudar a história de um clube. Um penâlti muda o campeão. Um cartão vermelho, também. Agora pasmem: alguns desses árbitros utilizam seu poder de decisão para manipular resultados e, chegamos ao âmago da questão, ganhar dinheiro.
Ah, esse maldito homem guiado pelo desejo de lucrar.
Estou, publicamente, me lamuriando pelo espírito pobre do homem. Gostaria de entender essa ganância. Acho, aliás, que entendendo a ganância, compreenderia, finalmente, o egoísmo. Que outro nome tem a ação de tramar um resultado, responsabilizando-se pela alegria de uma torcida, pelos frutos do trabalho de anos de um clube?
Gostaria que esses juízes - homens egoístas e desonestos - lembrassem como foi triste aquela derrota injusta que seu time sofreu no passado. Time que se preza tem vitória e derrota injusta no currículo. Erros - ao menos pra mim, que não sou perfeita - são aceitáveis quando naturais e imperdoáveis quando premeditados.

A minha descoberta de que o futebol tem seu encanto, e não se reduz a um monte de homens correndo atrás de um objeto rolante, poderia ter sido mais feliz.