terça-feira, abril 18, 2006

Não podia ser tudo perfeito

Croissant de queijo perfeito.
Cerveja perfeita.
Preços baixos perfeitos.
Coca-cola mais perfeita - menos doce.
Mas tinha que ter aquele banho horroroso?

O feriadão no Forte Santa Tereza, no Uruguay, a menos de uma hora da fronteira com Santa Vitória do Palmar, foi bom de um modo geral. Alguns detalhes como os citados acima foram especialmentes bons. O meu último banho lá é que foi, de certa forma, traumatizante.
Eram cerca de 18h30min quando cheguei ao banheiro mais próximo ao lote do acampamento, em Cerro Chato (uma das zonas daquele imenso parque). O primeiro choque foi a fila. Três mulheres à frente. Mulheres demoram no banho, mas em menos de 10 minutos quatro chuveiros foram desocupados e eu pude ocupar o mais próximo à porta. Devidamente despida, só faltava a água quente. Que água quente mesmo?
Bom, tinha a torneira do quente e a do frio, mas só abri a do quente, o que não adiantou. O fio de água caindo era tão frio quanto o gelado mar uruguaio e, conforme era atingida pelas gotas esparsas, decidi: não ia passar condicionador. Nos chuveiros viznhos, moças mais frescas, acredito eu, alguns gritos de terror.
Decidi, então, que daria prioridade a algumas partes na passagem do sabonete. Um banho matado mesmo. Durante essa dita passagem, não é que o sabonete cai no chão e, quando me abaixei pra pegá-lo, senti a corrente de ar frio que vinha da porta direto pro box sem cortina? Meus ossos ficaram ainda mais enrijecidos e a minha boca tremendo sem controle.
Mulheres peladas passando pra lá e pra cá. Mais alguns gritos de terror. Putaqueopariu. Veio a mulher que cuidava o banheiro toda sorridente - também, ela não estava debaixo daquele banho frio - e gritou:
- Cinco minutos cada.
- A senhora acha que eu quero ficar mais que cinco minutos aqui embaixo?
Tenha dó.
No máximo quatro minutos, vinte correntes de ar congelando meus ossos, indefinidos litros de água fria insuportável depois, peguei a toalha e me enrolei nela como se fosse um edredon. Não, não, aqueles cobertores de lã de ovelha extra-quentes. Amaldioçando até a décima geração de quem me convenceu a ir acampar, coloquei a roupa e fugi dali, com o cabelo despenteado mesmo. Saí correndo pro acampamento.
Me deitei no colchão inflável que foi surpreendentemente bom e fiquei ali, quietinha, tentando me recuperar do frio dentro dos menos de cinco metros quadrados da barraca. No resto da noite, quando criei coragem pra sair da barraca usando dois blusões e um casaco apeluciado, fiquei tapadinha de edredon à beira da imensa fogueira, tomando Pilsen.
A Pilsen também, mas por uma coincidência divina, estupidamente gelada.

terça-feira, abril 11, 2006

Não estou aqui


Estou no Forte Santa Tereza, no Uruguay.
Deixa pra segunda que vem.

quarta-feira, abril 05, 2006

Até o policial concorda

Depois de me dar o nome de um dos envolvidos em um tiroteio em Alvorada nesta madrugada, ele suspirou, do nada:
- Tinha que ser Rafael.
Quando eu digo...

segunda-feira, abril 03, 2006

De volta à madruga

Me adianto e aviso: estarei em estado ininterrupto de sonolência nos próximos dez dias. Não tenha medo, mas talvez a minha imagem lembre a de um zumbi.