sábado, abril 28, 2007

Uma história séria

Preciso escrever sobre isso.
Não me lembro ao certo quantos anos eu tinha quando tive meu primeiro namoradinho. Não tinha beijo e a gente nem andava de mãos dadas. Ele era meu namoradinho porque a gente tinha acertado isso. Simples assim. A minha irmã mais nova, a Francine, também tinha um namoradinho, que, aliás, era primo do meu. Uma coisa acertada entre nós quatro. Se não me engano, a gente andava de gangorra juntos na pracinha na frente da minha casa do Cassino e isso era, basicamente, o máximo de intimidade que tínhamos. Separados por aquela gangorra de um metro e meio. Aquilo era bem bonitinho. E o meu namoradinho, o Felipe, também era. Ele era de Santa Maria, daí já viu a tristeza que não foi essa coisa de despedida e tal, as promessas de cartas que nunca foram mandadas, essas juras que a gente faz e nunca cumpre. Mas isso faz um tempão, nem lembro ao certo. Devia ter um pouco menos ou um pouco mais de 10 anos, porque sempre fui meio atrasada e o meu primeiro beijo de verdade foi acontecer um tempão depois, com quem, aliás, namorei por quase um ano. Me lembro de uma cartinha que o Felipe me escreveu e colei no meu diário e reli diversas vezes. Um verdadeiro tesouro pra mim. Com umas figurinhas que ele certamente roubou da irmã dele. Continua guardadinha lá em casa, junto com o dito diário e todo um baú de lembranças dessas coisas que me marcaram. Também me lembro de uma visita que o Felipe me fez um ou dois anos depois. E a gente tava muito diferente. Eu tinha crescido mais que ele, que ainda era baixinho, e aquele reencontro foi muito estranho. A irmã dele pegou meu endereço e foram feitas novas promessas de cartas que nunca chegaram. Sem mais delongas, resolvi procurar o Felipe no Orkut, pra ver como ele tava. Pura curiosidade. Demorei dias pra me lembrar do sobrenome dele. Forçava a memória e não vinha. Até que, em um daqueles momentos que faço qualquer coisa para fugir do que realmente tenho que fazer, leia-se monografia, lembrei. Entrei no Orkut, digitei o nome dele comecei a procurar. Nada. Refinei o resultado incluindo "santa maria" na busca. Nada do Felipe. Então deixei só o sobrenome e "santa maria" e encontrei a irmã dele. Entrei no perfil dela, super emocionada, pra deixar um scrap, ver se encontrava o Felipe entre os amigos dela, ou talvez um testimonial deixado por ele, um scrap. Foi que li, nas preferências musicais dela, alguma coisa como "as que me lembram o meu irmão, Felipe". Gelei. Comecei a catar por tudo, deixei um scrap pra ela, olhei os amigos, tudo. A irmã dele me respondeu no mesmo dia, contando o que aconteceu. O Felipe morreu em um acidente de carro em 2005. Depois de 10 dias internado, não resistiu. Ela lembrou de mim, agradeceu o contato, me disse pra entrar em uma comunidade feita em homenagem a ele, disse que passaria lá em casa uma hora dessas. Eu chocada. Ela já tem um filho, uma criança linda. Tudo muito diferente do que esperava encontrar. Foi como se as coisas ficassem mais sérias de um minuto pro outro e eu finalmente caísse na real que é tudo de verdade. E como é frágil.

domingo, abril 08, 2007

Vida em versos

Eu podia dizer que está tudo melhor, mas estaria mentindo. A minha mono não sai. Tô com um bloqueio criativo - se é que não é prepotência minha crer que já fui criativa. As brigas no e-mail do grupo da formatura cada dia me parecem mais bobas. Agora falta pouco. Nem acredito.

It's been a hard day's night, and I'd been working like a dog.