quarta-feira, janeiro 30, 2008

Em busca da CNH (2)

Segundo dia de aula prática. Thais e o Palio da auto-escola na Avenida João Pessoa. De um lado, o corredor de ônibus com vários veículos gigantescos. De outro, um caminhão velho caindo aos pedaços que, eu posso jurar, estava tentanto entrar na minha pista. E o instrutor tem a coragem de dizer:
- Respira, Thais.
Em seguida, imaginem, entrei na Avenida Ipiranga.

O que eu estava fazendo em...

A Mirella me lançou o desafio, então eu faço.

... 1978
Com recém um ano de casados, seu Sardá e dona Mara já estavam esperando a Michelle, a primogênita. Ela nasceu em abril do ano seguinte e eu nem devia estar nos planos ainda.

... 1983
No dia 12 de julho, à noite, em horário nobre, eu vim ao mundo na cidade mais antiga do Estado, Rio Grande. Ainda no fim daquele ano, minha mãe já esperava minha irmã caçula, a Francine.

... 1988
Com cinco anos, já estava indo à escolinha, no Criança Feliz, em Rio Grande, onde me explicaram porque a minha cidade é pioneira em tudo. Era perto de casa e de onde minha mãe trabalhava. Não me lembro direito, mas eu e minha mãe presenciamos uma caça a um bandido ali na frente, o que não era muito comum naquele tempo.

... 1993
Com 10 anos, eu freqüentava o Mingau, na Sociedade Amigos do Cassino (Sac). Era uma festinha bem concorrida, naquela época. Tinha o negócio de esperar um guri me tirar pra dançar e fazer a Macarena em fila, mas eu ia mesmo pelo guaraná e pela batata-frita. Minha mãe e meu pai ainda não me deixavam esticar a noite na Avenida Rio Grande, no Cassino. Foi uma conquista mais pra frente.

... 1998
Com 15 anos, tive meu primeiro namorado, que não durou até o fim do ano. Já saía tranqüilamente à noite e já era inseparável da Lara, com quem, inclusive, fazia as festas. Tempo de Jack Tequila e de Piratas, na beira da estrada Rio Grande-Cassino.

... 2003
Passei no vestibular para Direito, na Furg, e para Jornalismo, na Ufrgs, e optei pelo segundo. Me mudei para Porto Alegre, terminei um namoro de três anos e comecei outro, que se revelou um fracasso completo. Morava sozinha na Capital, embora na teoria dividisse o apartamento com a minha prima. Conheci a Flavinha, a Raquel, a Nessa e a Franci. Fui ao primeiro Congresso de Jornalismo.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Em busca da CNH


A prova teórica foi ontem.
Tudo certo.
27 pontinhos mais do que suficientes para passar.
A moça na minha frente fez 20, tadinha, saiu desolada.
Hoje foi a primeira aula prática.
Se tudo correr conforme o esperado, ainda em fevereiro eu faço a prova.

Muito divertido.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Ele é o cara



E eu sou a segunda gaivotinha de cima para baixo, nesta simbologia toda que o meu pai criou.

domingo, janeiro 20, 2008

Eu e a Lara



Formatura da Lara - 19/01/2008

Eu pensei em contar a história por detrás desta foto. É uma longa história, porque essas lágrimas são cultivadas há mais de 10 anos. Somos melhores amigas no sentido mais piegas da expressão. Melhores amigas mesmo, assumidas. Dessas que na adolescência se mandavam cartas gigantescas e faziam juras de amor eterno. Dessas que não têm vergonha de dizer "eu te amo" ou "eu te odeio". Dessas, aliás, que ainda fazem juras de amor eterno.
No momento em que vi a Lara entrando com a toga e de faixa vermelha, rumo ao palco onde receberia seu diploma de bacharel em Direito, veio tudo à cabeça. Pensei no dia em que ela passou no vestibular e a sujamos toda. Pensei na primeira vez que tomei um porre de tequila, uma dose apenas que foi mais do que suficiente, e me escondi debaixo da cama, totalmente alcoolizada, fazendo ela me procurar pela casa inteira. Em quando dei o meu primeiro beijo e ela tava ali do lado, torcendo, espionando. Ou quando eu me formei, há alguns meses, e vê-la me fez chorar copiosamente. Ou na vez que ela teve uma grande decepção e desceu de um ônibus no meio da estrada, ao que desci correndo atrás. Lembrei dos momentos em que estou triste e, do nada, chega uma mensagem dela no meu celular, me fazendo lembrar de bons motivos para ser forte. Ou quando estava em crise, e ela me falava - ainda fala - poucas frases que esclareciam tudo. Ou quando ela sofria de amor e chorava no meu colo. Ou quando a gente ia para o Cassino no inverno e caminhava na praia, mesmo com o frio, fazendo planos de um dia morar na beira do mar e casar de pés descalços. Ou quando ela correu atrás de mim para o banheiro, em uma dessas festas, porque fugi aos prantos ao ver quem julgava ser o amor da minha vida de mãos dadas com outra. Ou quando a gente ficava vendo TV e comendo negrinho de tarde, sem fazer nada, em um silêncio que nem por um minuto foi desconfortável. Ou quando ela me dava o cobertor de lã de ovelha (eu sempre achava que eram penas) para dormir, no inverno, porque era mais quentinho. Ou quando queimamos a testa, juntas e no mesmo exato lugar, usando uma chapinha arcaica que minha mãe tinha, toda de ferro. Ou quando comprávamos um copo de Coca e um de vodka e bebíamos com um canudo de cada lado da boca. Ou quando ela brigou comigo porque não tinha dito "muito obrigada" a uma vendedora. Ou quando fomos parar no hospital depois de uma noite exagerada dela - e, por isso, minha mãe me deixou de castigo. Ou quando ela me deu um pijama de ursinho que tenho até hoje, no meu aniversário. Ou quando ela ia as minhas apresentações do coral e decorava as letras. Ou nas incontáveis horas que passávamos ao telefone, mesmo depois de um dia todo juntas.
Pensei nisso tudo. É isso, e muito mais, que representam as lágrimas da foto.