sábado, dezembro 30, 2006

Considerações finais

(em treinamento para a monografia)

QUANTO AO NOVO ANO
Sempre desejo e espero tudo de melhor.
Mas chegar viva a 2008 já me parece o suficiente. Porque esse ano vai ser pra matar.

QUANTO À FACULDADE
Estão entre as minhas possibilidades de matrícula as últimas três cadeiras obrigatórias que preciso fazer. Arrepios.

QUANTO A MIM
Entrando em um fase estável, a qual se deve, em grande parte, a minha troca de turno no trabalho. Trabalhar de noite é bom, mas consome muito mais energia.

QUANTO AOS OUTROS
Cada vez mais descrente das pessoas. Infelizmente, de uma forma exponencial.

Isso merece destaque


O Ungaretti diria que as capas do Sul rendem uma monografia. Eu digo que só essa rende uma tese de doutorado. Ao menos não teve ponto depois da palavra "enforcado", o que, de fato, é um avanço.
Considerei o enforcamento dele a maior estupidez do ano. E olha que neste ano mais de 100 pessoas morreram em ataques do PCC e Comando Vermelho. Estupidez porque, agora mais do nunca, para as pessoas que já acreditavam nele, Saddam Hussein é um herói. A Líbia já decretou luto oficial de três dias. Todo o mundo se dividiu e o Bush, que dispensa comentários pejorativos por ser em si pejorativo, diz que matá-lo foi mais um passo na consolidação da democracia iraquiana. Pelo amor de Deus. Um país que nem soberania tem, como vai ser democrático?

terça-feira, dezembro 12, 2006

O professor, eu e os 12

Dizem por aí, talvez os "especialistas", estas entidades, que fazer exercício faz bem à saúde e emagrece. Estou interessada nos dois. Mais no segundo que no primeiro. Nos dois. Por isso, fui fazer uma aula experimental de hidroginástica. Por que hidroginástica? Porque não tem lugar melhor pra se fazer ginástica do que dentro da água. Não tem e tenho dito. Me inscrevi pra a turma das 10h15min.
Acordei às 9h10min, arrumei a mochila, fui na ferragem comprar um cadeado para o armário da ACM (sim, YMCA, mesma coisa), fui na farmácia comprar shampoo, condicionador e sabonete. Tudo rapidinho, tanto que cheguei adiantada à piscina.
Não bastasse a humilhação de usar maiô e touca - ninguém fica bem com ambos -, fui falar com o professor, que de pronto me perguntou se o exercício era indicação médica, o que me fez sentir meio ridícula. Maiô e touca, lembremos. Certo, me fez sentir mais ridícula.
O professor, muito simpático, me explicou porque tinha de ficar com um troço horroroso amarrado na cintura: para não afundar. Então, maiô, touca e troço amarrado na cintura. Tirem todos os espelhos de perto de mim, por favor.
A minha turma começou a entrar, lentamente, na piscina. Lentamente mesmo. Talvez por causa das idades dos meus coleguinhas. O mais novo devia ter uns 65 ou 70 anos. Podiam ser meus avós, certamente. Entraram todos os 12 - três meninos e nove meninas - mais eu.
O professor brincou "vou colocar pra gente o hit do momento" e colocou o hino do Inter pro aquecimento. A aula durou cerca de 45 minutos. O professor, bastante esforçado, mostrava os movimentos de fora da piscina e, nós, os alunos, imitávamos dentro da água. Preciso dizer que foi muito divertido. Mas, a uma certa altura, percebi que os movimentos demonstrados pelo professor e os feitos dentro da piscina não eram nem ao menos parecidos. A maioria dos alunos estava fazendo os movimentos que vinham à cabeça ou nenhum movimento. Então me senti um pouco imbecil ou, no mínimo, pouco criativa, por estar imitando o professor.
Ia de um lado a outro da piscina. Até que o professor falou. "Vítor, tu não quer explicar pra Thais, que é aluna nova, como é a divisão da piscina". "Existe uma divisão na piscina? Desculpa", respondo eu. "Do lado de lá ficam os meninos e, do lado de cá, as meninas. Os meninos não gostam que as meninas nadem no lado deles", diz o professor. Roxa de vergonha, me desculpo novamente e ouço uma dos "meninos" dizer: "ela pode nadar do lado de cá, não tem problema". Neste momento, as nove senhoras, as nove mesmo, me olharam com um certo ódio e eu juro que fiquei com medo. Pra piorar, o mesmo senhor que me deixou nadar no lado dos meninos pergunta meu nome. "Thais". "É o nome de uma personagem de uma ópera muito famosa. Com 'h', né?". "Sim, com 'h'".
Continuamos a aula. Quer dizer, eu continuei a aula. Os colegas continuaram fazendo movimentos aleatórios dentro da água. "Vamos pegar os espaguetes", diz o professor. "Meu senhor, onde me meti?". E ele começa a jogar os espaguetes dentro da aula. (Espaguete é aquele negócio cilíndrico, longo, colorido, que auxilia os exercícios dentro da água.)
Recapitulando: maiô, touca, troço amarrado na cintura e espaguete. Recomeçaram os exercícios. Gira pra lá, gira pra cá, puxa pra cima, empurra pra baixo. Até que o professor inventa de fazer um exercício em dupla. Preciso dizer que a distribuição das duplas durou uns cinco minutos? Preciso? Então eu digo. Custou aos colegas entender que era pra fazer exercício em dupla. Eu quase afundando, envergonhada por não ter dupla e me sentindo excluída de um grupo pela primeira vez em muito tempo. Até que uma senhora perguntou se eu queria fazer dupla com ela. "Claro" - foi o que eu disse, mas pensei algo assim "o que ela tá querendo?". Não deu outra. Ao fim do exercício ela me disse: "a gente tá recolhendo dinheiro pra dar pro professor, que vai viajar. Se tu quiser contribuir, traz R$10 na próxima aula".
A aula acabou. Fui pro vestiário. Banho com água quentinha, ao menos. A única coisa que esqueci foi o pente, mas uma menina no vestiário me emprestou. Tá, erro de principiante.
Nem preciso dizer que adorei a aula. Já deixei um mês pago. Volto à piscina toda terça e quinta, às 10h15min.

sábado, dezembro 09, 2006

Outra coisa


Quando olho minha foto do site, nem acredito que sou eu

Seguia assim

A minha vida tá passando e eu só me dou conta disso, basicamente, três vezes por semestre, seis ao ano.
Quando faço matrícula na faculdade.
Quando me atucano pros trabalhos finais e penso que não deveria ter exagerado tanto na matrícula.
Quando fico olhando o site da Ufgrs esperando os conceitos do semestre.
Sim, acabou. E eu, que tanto reclamo disso tudo, da rotina, tô confusa. No semestre que vem faço minha última matrícula.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Somos tão jovens

Dois jovens morreram em acidentes nos últimos dias, em Porto Alegre.
Uma menina de 18 anos foi vítima de um prédio em demolição na sexta-feira. Morreu na hora.
Um colega da Fabico, 22 anos, bateu o carro contra um poste na Mostardeiro, hoje, saindo do Ocidente.

Nunca me senti tão boba por meus problemas existenciais toscos.
Nunca me senti tão avesa às mesquinharias do ser humano.
Nunca senti tanta raiva de ser tão pequena, quase um nada.

Tem dias

Só preciso de uma flor, de um scrap, de uma promessa.
Nem sou tão difícil assim.

domingo, dezembro 03, 2006

A mulher

Lá vai ela
Lá vai a mulher subindo
A ponta do pé tocando ainda o chão
Já na imensidão
É lindo
Ela em plena mulher
Brilhando no poço de tempo que abriu-se
Ao rés de seu ser de mulher
Que se abriu
Sem ter que morrer
Todo homem viu

(Caetano Veloso)

Não quero que 2007 chegue.
Ou quero que passe logo, porque estou muito sem paciência pra tudo.