terça-feira, março 28, 2006

Eu


Sou simples em uma parte. Não sei qual delas. E complexa no resto. Bem complexa. Destesto mentira. Entendo algumas, mas detesto. Sou livre pra não aceitar. Gosto de escrever. Preciso aprender muito sobre escrever. Adoro ler coisas interessantes. Não gosto de leituras obrigatórias. Leio mesmo assim. Amei A Hora da Estrela da Clarice Lispector. Amo música. Embora ela, em excesso, me estresse. Odeio música durante discussão. Odeio discutir e discuto demais. Adoro frases de efeito e admiro quem sabe usá-las. Eu não sei. Preciso dançar. Preciso de movimento. De novidade. Adoro surpresas e mais quem me surpreende. Estou sempre de regime. Nunca deixo de comer coisas gordurosas e boas. Gosto de fruta. Gosto de carne. Gosto de frio. Muito calor me irrita até na praia. Venero o mar. Tenho medo dele. Preciso de céu estrelado e vento no rosto. Juntos. Separados. Continuo buscando respostas pra perguntas que ainda nem formulei. Não gosto de deboche ou grosseria. Nem preciso dos dois. Adoro ironias, mas passo bem sem sarcasmo. Gosto de mentes abertas e repudio pré-julgamentos. Tenho a mente fechada pra entender algumas coisas. Não entendo Economia e nem tenho pretensão de entender. Trabalho muito. Estudo menos do que gostaria. Queria estar quatro anos à frente. Pretendo me casar de véu e grinalda. Quero ter filhos. Tenho medo de ter filhos. Tenho medo de altura. Fico tonta fácil. Odeio ter labirintite. Me incomoda. Gosto de ser eleitora. Não confio mais nos políticos. Já confiei. É uma pena. Acredito em uma força superior. Desconfio de um Deus. Rezo em momentos difíceis. Vejo muita televisão e vou muito ao cinema. Vou pouco ao teatro e gostaria de ir mais. Escuto pouco rádio e adoro telejornais. Quero ser jornalista e professora. Queria mais ser professora do que jornalista. Não mais. Adoro as poesias que eu entendo. E as entendo como bem entendo. Me esforço para escutar assuntos chatos. Alguns realmente não me atraem. Não me esforço pelo que não vale à pena. Me esforço demais pelo que vale. Trabalho sem reclamar. Estudo com paixão. Sou boa filha e tento ser boa irmã. Amo minha família. Devo aos meus pais meus valores. Que são muitos e fortes. Minha mãe é linda. Ela é. Admiro tudo em meu pai. Ele é meu herói. Sou uma namorada grudenta e nada vai mudar isso. Quem tentou, cadê? Preciso de atenção. Já encontrei quem me dê. Acredito em mudanças, mas não em voltas. Quero comprar uma casa assim que possível. Só minha. Não preciso de um carro, mas seria bom ter um. Fico tonta em ônibus. Fazer o quê? Sou péssima em juntar dinheiro. Adoro dar presentes. Sou carinhosa por vício. Nunca traí. Fiel por convicção. Faço voz de criança quando algo me agrada. Fico feliz com pouco. Sou Pollyana. Tenho convicções fortes, mas posso adaptá-las. Depende de quem tentar. E como tentar. Não quero ser rica. Mas ajudaria. Vou ser feliz. Feliz sem ponto final
Me entendeu?

terça-feira, março 21, 2006

Greve por greve

Tem muita gente que chama de vagabundos, ou coisa pior, os professores em greve no magistério estadual. Sempre fui aluna de escola pública, do jardim de infância até a formatura no Ensino Médio. Tão bem quanto todos estudantes desses colégios estaduais, sei como o aluno é afetado por uma greve.
Contudo, sendo filha de professora estadual, também tenho consciência de como são os salários. Sempre preenciei a dedicação da minha mãe por uma escola, trabalhando o dia inteiro por mais de trinta anos e ainda levando provas e trabalhos pra corrigir em casa. Por isso, reconheço, sem medo de críticas, como os professores são merecedores do reajuste pedido. É mais do que justo, necessário.
Errado, falso, dissimulado e incompetente é o governo (com letra minúscula mesmo) que mantém o salário de muitos trabalhadores abaixo do mínimo nacional. Nosso governador, agora derrotado pelo Garotinho (o que por si só já é motivo para um suicídio), que reveja nessa semana suas promessas de campanha.
Já bati sineta pela avenida Silva Paes, em Rio Grande, ao lado da minha mãe. Estaria do lado dela agora, dando o mesmo apoio, não morasse em outra cidade.

FALANDO EM SALÁRIOS...
Não é que 117 desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais ontem resolveram fazer uma paralisação? A causa deles: o teto salarial de R$ 22,1 mil. Na ponta do lápis e em tempo, R$ 22,1 mil sustenta muito bem umas dez pessoas.
Quem são os vagabundos, mesmo?

quarta-feira, março 01, 2006

"O filme escolhido pela maioria foi..."

Bom, me resta assistir ao Intercine.
Não importa quantas vezes eu veja "Beleza americana", sempre fico chocada naquela cena do começo em que a Carolyn (Annette Bening, ótima, aliás) tenta vender uma casa e não consegue. Daí ela fecha a porta e, quando termina de virar a cortina, começa a chorar copiosamente.
Prender o choro é complicado.
Não gosto muito desse filme. A história é boa e o Kevin Spacey realmente mereceu o Oscar - eu odeio e adoro a personagem -, mas me dá uma agonia, um sentimento de impotência. Estranho isso.