domingo, outubro 30, 2005

Em tempo

* Tenho borboletas azuis nas unhas.
* Estou escrevendo novamente para a Zero Hora.
* Aprendi a fazer maionese.
* Último dia como fotovix.
* Sou uma viciada em literatura.

Quando foi mesmo?

Teve um dia, uma hora, um segundo em que começou a fazer diferença.
Não sei precisar quando. Gostaria de poder.
Teve um momento que marcou e, a partir dele, tive certeza de que nunca mais seria a mesma. Quando foi? Quando? Por favor, alguém responde. Ah, entendi, mais uma pergunta sem resposta. Mais uma resposta que nunca vou ter.
Queria entender essa coisa que se forma dentro da cabeça (ou diriam os românticos, dentro do coração. Diria, então, eu, dentro do coração). Queria entender como a paixão vira amor. Quando a vontade vira necessidade. Quando se perde a vergonha de chorar e de sofrer abertamente. Quando se perde a vergonha.
No fim das contas, queria entender esse amor.

terça-feira, outubro 25, 2005

Reiterando

Ia postar alguma coisa de útil. Tinha até pensado o tema. Ia falar de angústias e de como as pessoas me surpreendem. Mas, na última hora, perdi a vontade.
Ia até colocar "O Grito" ilustrando, mas pensei que este blog ia parecer um fotolog, e eu sei o que as pessoas pensam sobre fotologs. Gosto de fotologs, mas não tenho capital para uma câmera digital. Bom, não vou começar a reclamar da minha falência econômica aqui, que isso já seria pobreza de espírito.
Caminhei tanto hoje, corri pra não chegar atrasada no trabalho. E me vi esperando - com uma expressão patética - a cobrança de um pênalti, defendido por um cachorro. Sessão da Tarde.
Não vou reclamar, também, da correria. Gosto dela. Mas esse post foi perda de tempo. Nem queria escrever, mas o teclado parece se mover sozinho através dos meus pensamentos. Do quadro, ao menos, poupei o leitor. Boba eu, talvez fosse a única coisa que chamasse a atenção nesse espaço.
Não tem lugar para Munch hoje. Mas é uma época de valorização da imagem, o que só me prejudica.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Eu e o jornal


Eu gosto de trabalhar na Zero Hora. De alguma forma, na minha mente, eu percebo a minha contribuição para o jornal a cada edição.
Trabalho todas as noites, exceto sábados e domingos, quando o horário é estabelecido por escala. Daí pode ser que trabalhe de manhã ou de tarde. Durante a semana, todas minhas noites estão ocupadas, nunca consigo trocar com ninguém. Nem pra ir a show, nem pra ir mais cedo pra Rio Grande, nos fins-de-semana em que vou pra lá.
Mas não reclamo disso. Eu gosto de trabalhar de noite. Gosto de resolver os problemas na correria do encerramento. Gosto de ver a Caramello chegando com o jornal fresquinho.
E, em especial, gosto de estar sentadinha no meio da Redação, com uma visão privilegiada de tudo que está acontecendo. Seja no Mundo, que fica na frente. No Esporte, que fica de um lado. Ou na Economia, que fica do outro.
Quando entrei na faculdade eu tinha certeza de uma coisa: faria uma pós e daria aulas, quem sabe, na Puc. Eles pagam bem. Imagina, dar minhas aulinhas tranqüilamente, ter longas férias por ano. Domingos e feriados garantidos. Hoje não sei mais o que quero, mas sei que minha vida seria mais triste sem a animação do jornal.
Sem rodeios, Thais. Bom, estarei mudando de setor em breve. Uma evolução profissional no meu currículo que é tão breve, mal tem um ano.
Senti vontade de colocar essa foto aqui. Foi a Brenda quem tirou. Eu no "meu" computador. Com o "meu" teclado Dell. Exercendo a função de Fotovix, baixando fotinhos pro pessoal da CTI tratar.
Que venha essa nova etapa, com novas funções e com salário (levemente) turbinado. E, principalmente, que seja uma boa decisão.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Kelly Cristina (e como meus pais não cresceram)

Semana passada fui pra Rio Grande. O melhor de ir pra lá, além de ser mimada 24 horas por dia, é deitar na cama dos meus pais e ficar conversando com eles sobre o passado. Tá, eu sei, essa frase ficou melancólica. Mas quando se teve a infância feliz que eu tive, com pais presentes, irmãs pentelhas (irmãs sempre são pentelhas) e um bocado de amigos, é difícil não ser saudosista.
Meus pais eram participativos mesmo, no sentido mais exagerado da palavra. Quando eu fazia teatro, meu pai fez o cenário de uma peça e minha mãe maquiou o pessoal no dia da apresentação. Lá se foi toda a sombra preta da minha irmã mais velha, caréssima. A peça era sobre bruxas... Entre outras coisas, como o meu pai embarcar em todas as nossas manias. Um dia perna de pau, no outro, pipa. E minha mãe ir a todas as minhas apresentações quando eu cantava num coral. Nem eu aguentava ir a todas...
Bom, mas retornando à idéia inicial. Falou-se de passado. Estava deitada no meio dos dois, lembrando de uma cadela que a gente tinha, a Kelly Cristina. Tão feia ela ficou quando perdeu os dentes... Então perguntei pra eles de onde tinha vindo o nome. O meu pai se adiantou na explicação, falando que, inicialmente, o nome ia ser só Kelly, mas a minha mãe anexou Cristina, devido a uma ex-namorada dele.
Fiquei rindo por muito tempo. A minha mãe com uma cara de culpada, rindo também.
E eu pensei que não é tão no fundo que eles são apenas crianças grandes.