sexta-feira, maio 26, 2006

Presenciando um assédio

Desço as escadas correndo pra não fazer a minha carona esperar. Mas a carona não chegou e tenho que ficar esperando - coisa que eu detesto. Enquanto o carro não chega, fico escutando a conversa que o porteiro da noite (aquele que está sempre dormindo quando eu chego de madrugada) tem com a minha vizinha (uma senhora com cerca de 70 anos muito meiga, mas bastante intrometida, que entrou na minha casa sem pedir licença pelo menos duas vezes).

VELHINHA: A minha neta não quis dormir aqui na minha casa hoje.
PORTEIRO: Ela dorme sempre aqui?
VELHINHA: Dorme quase sempre.
PORTEIRO: Eu nunca vi.
VELHINHA: É que ela chega de tarde e sai bem cedo de manhã. Não é no teu turno. Ela fica comigo pra eu não ficar sozinha (DEIXOU A BOLA QUICANDO).
PORTEIRO: Ah, mas eu entendo ela. No inverno é mesmo ruim a gente dormir fora da cama da gente. Pra dormir fora de casa com esse frio, só se a cama for melhor que a minha.
VELHINHA: É verdade...
PORTEIRO: No Motel Botafogo, por exemplo (DO NADA).
VELHINHA: Ôôôooolha...
PORTEIRO: Lá tem umas camas muito boas.

Graças a Deus, minha carona chegou.
A verdade é que já vi a velhinha conversando com o porteiro umas três vezes depois disso.

2 comentários:

Anônimo disse...

A velhinha tava era precisando de companhia, pelo jeito conseguiu

Raquel Hirai disse...

Heheheheheh... Safadinhos, hein? Beijo com saudade!