sábado, setembro 02, 2006

Mais uma pra manhã de sábado

Não gosto de trabalhar de manhã. Pra mim, a manhã foi feita pra ser dormida e o dia só deveria começar com o almoço. Quis o destino que a minha faculdade fosse pela manhã.
Agora, sábado de manhã, estou trabalhando, e como o jornal fecha praticamente todo na sexta, não tenho quase nada pra fazer. Se alguma matéria cai, o pessoal fica na correria pra substituir. Mas, normalmente, não tem correria no sábado de manhã.
Hoje está sendo um sábado atípico, já que a Gaúcha está entrevistando o Alckmin. Ops, o Geraldo, Geraldo, me esqueço. Tem um certo movimento, até porque a Yeda veio junto. Yeda, Yeda mesmo, sem nome-fantasia. E tem um pessoal da Política da ZH entrevistando eles também.
Acontece que, por volta de 10h, tive que ir no bar comprar um expresso duplo e dois pães de queijo, porque eu já disse: detesto trabalhar de manhã. Comer pão de queijo pelo menos torna o período mais agradável.
Estou eu no bar e não encontro comandas da ZH, só do DG e da Gaúcha. Quando me debruço sobre o balcão para pedir à atendente, chega uma loura com a maquiagem mais do que carregada e estende o braço com uma garrafa térmica, sem falar nada. A atendente fica com cara de interrogação, não gosta do gesto. Ignora a mulher. Olha pra mim.
- O que tu queria mesmo?
- Comanda da Zero, tem por aí?
Ela se abaixa calmamente, pega um bloco das tais comandas e me entrega. A senhora super-maquiada está com uma cara impaciente e diz com sotaque paulista carregado.
- Pode encher de café?
A atendente faz tudo sem qualquer pressa. Pega a garrafa e pergunta:
- Quem vai pagar?
A loura diz quem vai pagar e a atendente não sabe quem é. Depois se lembra quem é e diz que a pessoa tem que vir assinar a comanda. A loura não gosta. Então, eu me meto.
- Serve o café aí. (E, como se fosse confidência, mas em bom tom) É pro presidenciável. Quem quer se indispor com ele?
A loura dá um sorriso amarelo. A atendente dá uma risadinha.
- Vai que ganha (...). Não, não ganha não.

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