quinta-feira, dezembro 15, 2005

Política da (nada) boa vizinhança

Não tenho muita sorte com vizinhos.
A dona Marlene lá de Rio Grande que não me leia - pode parar de levar aqueles peixes saborosos que o marido dela pesca lá em casa - mas até ela, com os ótimos peixes, tem seus defeitos. Sete e meia da manhã de sábado e/ou domingo, ela coloca músicas do calibre de Daniel ou Rick e Renner pra tocar. Imagina eu, naquela fase em que Renato Russo é um deus e Legião Urbana uma religião, acordando ao som de Lernardo e companhia. Não dava pra agüentar.
(Será que todo mundo teve essa fase de cantarolar as letras depressivas escritas pelo falecido, ou só aconteceu comigo?)
Em todo caso, a dona Marlene não conta, já que convivia com os gritos, ops, doces latidos dos nossos três adoráveis cachorros e não me lembro de ela reclamar. A minha mãe até deu de presente pra ela um ponto da nossa Net. Muito legal a dona Marlene.
Descobri, há pouco, que meu vizinho de Porto Alegre têm uma performance sexual admirável. Não, gente, não experimentei o menino, apenas deduzi devido aos gritos de sua namorada. É isso, ou a guria é muito da cínica. Não tô falando só de gemidos, são gritos mesmo. Infelizmente, com frases identificáveis. E, além dos gritos, a cama bate de tal forma contra a parede que o reboco deve ter que ser refeito a cada ato. Sozinha em casa, chego a ficar corada.
Mas tudo bem, que seja feliz a vida sexual do vizinho do segundo andar. O cara parece bom mesmo.
No prédio do Rafa é que se localiza a ocorrência mais crítica. Uma senhora doida, desequilibrada mesmo, passa as tardes gritando com a enteada, que tem problemas mentais. Cheguei a pensar em sugerir pauta pro Diário Gaúcho - imagina uma manchete do tipo "Jovem com problemas era refém de madrasta louca". Ou algo mais impactante. Eu sou péssima com títulos, já diria certo editor.
Desisti da sugestão depois que ela ameaçou de morte a Rosângela, porteira do prédio. Sério, é a porteira dos sonhos: esses dias ela correu pra abrir a porta do elevador pra mim e apertar o botão "6" do elevador só porque eu cheguei com duas sacolinhas nas mãos. Bom, se a Rosângela foi ameaçada, e é um poço de simpatia, que dirá eu.
No caso dos vizinhos do Rafa, as frases não são sussuradas, são berradas mesmo. "Eu vou te matar!". "Ou eu mato vocês, ou vocês me matam". Por baixo. É sério. Eu fico com medo.

Faltam poucas assinaturas com firma reconhecida para que a minha esperada mudança ocorra. Eu e a Mi nos mudamos nessa ou na outra semana. Casa nova pra criar novas histórias. E que venha com uma vizinhança agradável dessa vez. Tipo a dona Marlene.

3 comentários:

Anônimo disse...

hahaha
essa do vizinho com ótima performance sexual é boa!!! como tem mulher fiasquenta né? sem noção...
bjo
fly

Raquel Hirai disse...

Bem engraçado. Tatá!!! Dei umas gargalhadas aqui no CDI, me identifiquei com a problemática vizinhos. E, sim, eu cantava "E Clarice está trancada no seu quarto, com seus livros e seu vício, seu cansaço...", coisa mais deprê esse Renato.

Thiago disse...

Eu cantava também! Mas dessas mais depressivas, d'A Tempestade', eu não gostava muito. :)