segunda-feira, maio 19, 2008

O ciclone me fez perder o furacão

Cobrindo o ciclone na Avenida Beira-Mar do Litoral Norte, perdi o furacão Internacional que fez 8 a 1 em cima do Juventude no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, na final do Campeonato Gaúcho.

A minha primeira viagem a trabalho poderia ter sido menos traumática, não fosse justamente no fim de semana da decisão. Eu sei que o Grêmio é o principal adversário do Inter no Estado e seria estupidez ou idiotice minha dizer o contrário, mas ocorre que o rival não estava muito bem das pernas e foi eliminado de duas competições em poucos dias, por isso nos restou vencer o Juventude. Sem contar que a rivalidade com o time de Caxias do Sul aumentou exponencialmente nas três derrotas do Inter nesta edição, apelidadas de touca pelos rivais - aqueles mal das pernas, aos quais só restava secar.

Ingresso comprado para domingo. Tudo combinado. Tudo em ordem.

Na sexta-feira anterior, 16h, me chama o Elmi - gremista - com um grito, da mesa do Diego. Sabe quando a gente ouve a voz de alguém e pensa que lá vem bomba? A primeira coisa que vem na minha cabeça de foca é que errei alguma coisa no jornal, estou sendo processada por alguém, vou ser demitida. Quando chego lá, todo me olham com uma certa pena - Elmi, Diego e Polly - ao que penso que alguém da minha família morreu. O Diego - colorado - me olha e despeja:

- Tu tá indo pro Litoral cobrir o ciclone. Vai pra tua casa fazer as tuas malas. Tu mora perto, né? Passa no Administrativo pra pegar o laptop, dinheiro e o celular com o Sandro.
- Eu volto domingo?
- Tu tinha planos para domingo?

Fui para casa, fiz as malas, fui para Torres cobrir o ciclone. A experiência foi maravilhosa. Escrevi muito e falei três vezes na Gaúcha, totalmente enferrujada - não falava em rádio há mais de um ano, quando acabaram as cadeiras da Sandra de Deus na Fabico e tive certeza absoluta de que ficaria no impresso mesmo.

Dormi pouco, como é normal em viagens. Trabalhei bastante, corri bastante, meti o pé na lama e, em alguns casos, em poças d'água, por causa dos alagamentos que o temporal causou no Litoral Norte. Me molhei muito, estraguei meus tênis, comi pouco - tirando a refeição reforçada do café da manhã do hotel.

No domingo, assisti apenas ao primeiro tempo do jogo. Vi os primeiros quatro gols sentada em frente à TV de 29 polegadas no hall do Hotel De Rose, na Avenida Beira-Mar de Torres. Na companhia do motorista e do fotógrado, ambos colorados. Ao segundo tempo não pude assistir. Apenas ouvi mais quatro gols pela Gaúcha, enquanto me dirigia a Tramandaí em busca de cases.

Foi a primeira vez que, de fato, a profissão me exigiu um sacrifício. E paixão é paixão, digo àqueles que não entendem a minha tristeza. Eu perdi uma vitória histórica do Inter, mas, vá lá, ganhei experiência.

Nesta foto, tirada pelo grande fotógrafo Valdir Friolin, às margens do Rio Mampituba, na divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, eu tentava equilibrar o celular, o bloco e o guarda-chuva.
O vento realmente complicou as coisas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sam-Dubba: minha reporter preferida! saudade de ti bjs, Pai.

Anônimo disse...

Gostei do seu blog.
Visite, divulgue e comente o meu:

arteeefeito.blogspot.com

Com assuntos diversificados, visa o entretenimento. Está sendo elaborado com muito capricho.
Confira!