terça-feira, novembro 30, 2004

Aguçada

Incrível a quantidade de coisas que passam pela minha cabeça, do nada, quando estou dançando e bebendo em uma festa. Talvez as minhas reflexões mais profundas do fim-de-semana tenham sido, justamente, entre uma cerveja e um drink, ou entre uma música e outra do show da Madame X no Opinião, sábado. Eu no Opinião, pela primeira vez - há uma primeira vez pra tudo, mesmo -, ainda escandalizada pela preço da Polar (R$ 5,50 - os quais eu paguei). Eu lá no meio daquela festa, vendo pessoas diferentes e percebendo mil coisas.

Percebi que eu não tenho mais paciência pra conversas vazias do tipo: "eu não sei qual foi a pior cantada que tu já recebeu na vida, mas eu tenho uma pior". E tinha. "Te conheço do Orkut?" E eu percebi que o Orkut está dominando a vida das pessoas, até a minha, e que não tem uma conversa de mais de 15 minutos que não envolva uma comunidade qualquer. Aliás, entrei faz pouco na "o Orkut atrapalha a minha vida".

Percebi, também, que as festas já não tem a mesma graça de antes. Que eu continuou gostando de dançar, que eu continuo gostando de beber, que eu tenho apenas 21 anos e deveria achar divertido apenas beber e dançar. Mas às vezes isso me parece meio vazio. E quando chegou aquela hora da festa em que tudo mundo tava beijando, em que quem não pegou ninguém dá o "golpe de misericórdia", eu me senti sozinha e me peguei no banheiro, pela vigésima vez, dessa vez telefonando. E falando enrolado e tendo vontade de chorar. Tem muita coisa acontecendo na minha vida, coisas das quais não gosto e nem quero falar e que só comentei com duas ou três pessoas. Coisas que não estão me deixando viver bem. E foi nelas que pensei no banheiro do Opinião.

Percebi que sorrir cansa e que as pessoas também cansam de quem sorri muito.

Percebi que eu quero muito da vida, que eu tô correndo atrás o meu futuro como posso, e que não sei lidar - ainda - com tanta responsabilidade. O futuro parece estar chegando rápido demais. Foi ontem que conheci a Fabico, e já estou indo pro quarto semestre. Acho que isso eu percebi entre os arrepios causados pelo Absinto.

Despreparada para viver, aproveitando a dose dupla, bebendo copos e mais copos de cerveja, telefonando em crise, borrando a maquiagem e percebendo: vida é mais do que esperar.

5 comentários:

Anônimo disse...

é, acho q tb não sei lidar ainda c essa tal de resposabilidade...
eh estranho
é...e vamos pro 4o semestre
e ai meu deus não te vejo mais!!
sabado tem festa dos formandos fabicanos na esef! vamos dançar e beber um pouco? tah mas não vale ir pro banheiro c vontade d chorar!
ceva R$ 2,00
bora mulher!
bju
Fe

Anônimo disse...

Oi Thais! Primeira vez que entro no seu blog! Tava lah no copy e lembrei do link. Muito legais seus textos, li tudo o que tu escreveu só numa pegada! E escreveu muito bem por sinal! Bom, deixa eu ir que eu não posso dedicar muito tempo a pessoas da concorrência!!!(leia-se aqui RBS). E a Raquel "Iraí"? Como vocês estão indo?
Beijão pra vc! A primeira colega de copy que eu conheci, na temida recepção do covil habitado pela Joice! E certamente a mais engraçada das pessoas de lá!
Até mais hein!

Bernardo - Copy/Tarde

luís felipe disse...

falei pra Ju uma vez - ninguém conhece o álcool se ainda não bebeu absinto.

Anônimo disse...

Eu tabmbém já tive muitas fazes em que tudo parece meio fora do lugar...ficava pensando sobre um monte de coisas, sobre o sentido das coisas que fazia...mais isso passa. O problema é que passa e volta de tempos em tempos. Sobre responsabilidade, nem te estressa, tu te acostuma. A vida muda bastante quando se começa a trabalhar num lugar grande, falo por experiência própria. Eu também nem acredito que to indo pro último ano de Fabico - foi ontem que vi meu nome no listão. Enfim: várias reflexões em comum. Te cuida, Auxi da manhã! Beijão. Paulo - Fotovix, ainda.

Thiago disse...

Belo texto. :)