Tem horas em que estar longe de casa pesa.
É difícil na maior parte do tempo, mas em algumas horas é impossível.
Quando eu estou doente me sinto mais vulnerável, mais criança, preciso de mais proteção. Sinto falta de me sentir protegida.
Doente e carente.
Acho que a doença aguça a carência. Ou talvez muita carência seja a causa de um organismo fraco, logo, mais suscetível a mazelas.
Sexta - 11/03/05
Não estava bem.
Mal tinha conseguido comer uma canja e recusei um pedaço de torta de morango. Na cara que não tava bem. Comecei a ficar mal-humorada. E triste.
Não tava conseguindo trabalhar e olhava as mesas da redação e elas pareciam se afastar e se aproximar de um jeito estranho. E quis chorar.
Agüentei tanto quanto foi possível.
- Não tô me sentindo muito bem, só falta uma hora pra eu sair, posso ir embora?
- Claro, guria, peraí que eu peço pra um carro te levar em casa.
- Não precisa. 'Brigada.
Liguei pra minha mãe enquanto descia pela escada.
Ela começou a fazer aquelas vozes de mãe preocupada e a dar mil instruções que variavam desde soro caseiro até remédio (porque mãe sempre se acha um pouco médica, e a minha - por sinal - nunca erra o diagnóstico).
O Rafa me buscou e fomos na farmácia comprar Floratil, depois no super comprar coisas pra fazer sopa, depois pra casa descansar.
Já tô melhor. Mas continuo, apesar de todos os esforços do Rafa, me sentindo desprotegida. Ele ficou fazendo minhas vontades e cuidando de mim como só minha família sabe cuidar. Acho que aqui em POA, hoje, o Rafa é o único que sempre está disposto a cuidar de mim, e é a quem mais aproximadamente posso chamar de família.
Mas o resto da trupe faz muita falta.
Ainda bem que na sexta vou pra Rio Grande.
Há 13 anos
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