sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Mais um plantão

Bastou eu comemorar que, pela primeira vez, tinha conseguido ligar para os 35 números da ronda das 4h sem ter que repetir nenhum, terminando a dita ronda em apenas 30 minutos (mesmo com uma prisão em Triunfo e um homicídio em Alvorada) pra tudo virar de pernas pro ar.
Quando todos acordarem, provavelmente a mídia gaúcha só vai estar falando disso: dois homens em uma moto efetuaram quatro disparos contra cabines do pedágio da RS-040, em Viamão. Não satisfeitos, atiraram coquetéis molotov em duas das cabines. Ninguém se feriu durante os ataques.
Pra ter as minhas madrugadas agitadas coisas desse tipo precisam acontecer. E é incrível como o tempo passa mais rápido quando tem movimento.
Tudo é relativo mesmo.

Descobri o que mais me irrita durante as rondas na madrugada: a música de espera do HPS de Canoas. Sério. A insuportável canção toca enquanto a telefonista transfere a ligação pra Emergência. Espero que ninguém além de mim precise escutar aquela música - que mais parece um toque monofônico. Os segundos em que a ouço me estressam tanto, que tiro o telefone do ouvido. Ah, ainda por cima o som é estridente. E nem percebo quando a pessoa do outro lado atende.
- Thais? Thais?
- Alô.
- Thais, é a Fabiana, por aqui tá tudo calmo.
- Ah, obrigada, Fabiana. Como tu sabia que era eu?
- Quem mais liga todos os dias por volta das 4h?
- Ah, bom dia pra ti.
- Até amanhã.

Na ironia do meu sono afetado - logo eu, que amo dormir -, uma clássica do capitão Fernando, do Ciosp:
- Ciosp. Capitão Fernando.
- Bom dia, Fernando, é a Thais da Zero Hora. Alguma ocorrência grave por aí?
- Bom dia, Thais, a moça que nunca dorme. Por aqui, nada de vulto.
- Valeu.

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