Cada pessoa encara de um jeito o fato de que ali, naquela hora, daquele jeito, foi o ponto final. Não recrimino nenhum dos jeitos de encarar isso. É complicado mesmo lidar com o fim, lidar com o fato de que uma história acabou, não tem volta. Mais complexo, ainda, é tratar disso com maturidade, sem cair na mesmice de declarações falsas e vazias com pretensões de serem profundas. As pessoas se tornam muito óbvias quando pretendem ser profundas.
É por isso que, agora, escrevo com a pretensão egoísta de desabafar. De dizer que algumas conversas, várias palavras e incontáveis frases me abalaram muito ultimamente. Talvez por eu não ter tido a (já citada) maturidade necessária pra compreender o que estava na minha frente. E, pior ainda, por não notar que algumas atitudes minhas feriam, mesmo sem a intenção de fazê-lo. Mas tudo se encaixou perfeitamente na minha mente enquanto via (pasmem) Ace Ventura, na Sessão da Tarde, e descascava uma laranja que tinha trazido do RU.
Eu só posso garantir que fui castigada - não com o peso que essa palavra traz para alguns, não foi nada infernal. Eu apenas recebi um leve castigo por ter sido tão irresponsável com os sentimentos alheios.
Tontura, naúsea, uma vontade de chorar e a certeza de que a minha voz sairia por demais melosa se tivesse alguém pra conversar. Me segurei pelo tempo que foi possível, fazendo referências ao fato de ser patética, frente ao espelho. Fechei a porta de casa com aquela segurança de quem vai enfrentar o mundo, e que se fodam todos que sofrem. Eu que me foda, então. As lágrimas corriam devagar, sem pressa, com uma discrição propositada, um receio de alertar os outros passageiros do ônibus.
Cheguei no trabalho com um sentimento de frustração e de impotência inexplicáveis. E com um vontade de sofrer um pouco, pra ao menos sentir de novo. Lavei o rosto com água gelada. Me olhei no espelho e dei aquele suspiro alto. Dessa vez é pra valer. Que se fodam, e que eu me foda também, mas que ao menos eu viva.
Há 13 anos
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